Efeito Mozart e o Sentimentalismo: Uma nova visão de educação infantil - Parte I




   Venho através desse trabalho, apresentar alguns resultados obtidos em mais de dez horas de pesquisas de campo com crianças entre zero a seus anos de idade, em um período de um semestre.   De antemão, digo-lhes que a pesquisa por mim elaborada, foi para fins não lucrativos, com um único interesse: a satisfação pessoal somada com trabalhos específicos dentro do curso de formação de docentes (magistério) do qual faço parte.
  Esse trabalho tem a intenção de apresentar o chamado “Efeito Mozart” aos leigos e expor um ponto de vista de um adolescente/pesquisador sobre a teoria, apresentando dados por mim colhidos.
   Vale ressaltar que os dados e opiniões que serão expressas nesse trabalho foram observados por mim em alguns estágios na educação infantil que fazem parte da grade curricular do curso juntamente com o ensino médio e por isso não serve como referência para outros assuntos antes de um trabalho mais detalhado com: pedagogos, psicólogos e outros profissionais que possam dar a sua devida contribuição para comprovação médica/cientifica dos fatos apresentados.
   Juntamente com o “Efeito Mozart”, quero apresentar uma nova visão sobre a educação infantil e sobre as duas primeiras etapas do ensino fundamental de 1° ao 5° ano aqui no Brasil e em outras partes do mundo, que tem como objetivo, melhorar a socialização dos alunos sem a “robotização” educacional que acontece em certos lugares do mundo.

 Efeito Mozart
  
Tudo começou no ano de 1993 nos Estados Unidos, com o físico Gordon Shaw e uma especialista em desenvolvimento mental a doutora Frances Rauscher. Ambos estudaram como uma musica de Mozart agia em alguns estudantes da universidade aos primeiros dez minutos da Sonata Para Dois Pianos em Ré Maior (K.448). Após as observações, notaram um melhoramento do raciocínio espaço-temporal dos alunos, conforme testes de QI. Só que até hoje, ninguém foi capaz de reproduzir seus resultados. E esse é meu objetivo com essa pesquisa...
  Pessoas que tentaram reproduzir tais resultados chegaram a resultado inverso, onde alegam que pessoas que ouvem Mozart ficam mais burras.
  Três anos depois dos primeiros testes, ambos os cientistas anunciaram que teriam provas cientificas dos resultados obtidos.


Efeito Mozart na Educação Infantil – Parte I

  *Observações realizadas no Centro Municipal de Educação Infantil – Tia Júlia. Pinhalão, Paraná, Brasil. Segundo semestre de 2012 com alunos de quatro a seis anos de idade.



  O curso de Formação de Docentes proporciona aos alunos, futuros professores, experiências maravilhosas.
  Nos dois últimos anos de curso, nos alunos realizamos as docências, onde planejamos e aplicamos aulas em determinadas turmas.
  No terceiro trimestre do ano de 2012, em uma das preparações de conteúdo para uma aula, me deparei com o “Efeito Mozart” enquanto realizava pesquisas de conteúdo de estimulação para trabalhar com os alunos.
   Após analisar de maneira detalhada toda a teoria, resolvi realizar observações sobre seu efeito com crianças de quatro a seis anos quando expostas as melodias do músico austríaco Joannes Chrysostomus Wolfganguns Theophilus Mozart, ou simplesmente Mozart.










    A sala na quais as primeiras observações foram realizadas tinha aproximadamente dezesseis alunos, dos quais a maioria eram meninos.



Gráfico com a disposição de alunos na sala da primeira observação
do
“Efeito Mozart”







                      



As músicas utilizadas para a pesquisa/observação, foram:

·        Eine Kleine Nachtmeust (Mozart)
·        Marcha Turca (Mozart)
·        Sonata para dois pianos em Ré Maior, K.448 (Mozart).
·        5ª Sinfonia (Beethoven)
 

   Durante as pesquisas teóricas, me deparei com um provável efeito inverso do “Efeito Mozart”, quando é executada alguma música de Beethoven. Por isso também utilizei a 5ª Sinfonia para realizar observações de contraprova, a fim de comprovar ou não a teoria.






Inicio das observações


 Em um primeiro momento, as crianças submetidas às observações, reagiram com certo receio às melodias clássicas, pois nunca tiveram contato com esse tipo de música, por isso, certo estranhamento já era previsto.

 Decidi iniciar as observações com as crianças de quatro a seis anos, devido alguns dados que encontrei que diziam que para crianças dessa idade o “Efeito Mozart” não teria efeito, por isso queria tirar minhas próprias conclusões.

   A canção: “Marcha Turca”, não produziu o efeito esperado dentro do “Efeito Mozart”, não acontecendo o relaxamento de que se era esperado. Com isso algumas dúvidas vieram à tona, como:

·        Será que nem todas as canções de Mozart produzem o efeito?
·        Será que crianças acima de três anos não sofrem as reações esperadas?
·        Será que o cérebro da criança, precisa sofre um chamado “treinamento”?


 


Gráfico sobre o resultado das observações com a música:
“Marcha Turca”









   Dúvidas essas que me acompanharam durante toda a pesquisa e algumas continuam até mesmo ao termino da mesma.
   Com a “Marcha Turca” aproximadamente 98% dos alunos da sala permaneceram da mesma maneira ou se agitaram, ou seja, com crianças com mais de três anos de idade, a canção não surtiu efeito de relaxamento e calmaria.
    Após essas observações, os testes foram realizados com a canção Eine Kleine Nachtmeusk (K.525).
    As crianças ouviram a música por aproximadamente quinze minutos, e após isso, realizaram algumas atividades, das quais envolvia coordenação motora e memorização, como jogo da memória de diferentes dificuldades.
    Notei que novamente essa música não surtiu o efeito esperado.




Porque as crianças mordem?
Solução no Efeito Mozart?


  Nas observações na educação infantil, mais especificamente nas salas com aluno entre dois a cinco anos de idade, foi e é comum notar que quando acontece alguma briga entre eles, a reação natural e imediata é: morder e arranhar. Mas porque essa reação?
   Nesses momentos, a criança se sente ameaçada e o único mecanismo de defesa do individuo naquele momento é arranha e morder, como um animal. Assim o chamado “instinto animal” é perfeitamente viável para a criança nessa situação.
   Na natureza, por exemplo, o leão quando se sente ameaçado, sua reação é: correr, agarrar, arranhar e morder. Todas essas reações são previsíveis para nos seres humanos. Pois nos seres racionais podemos pensar nessas ações e montar uma estratégia de ataque de acordo com nossas habilidades.
    Mas o que muitas pessoas não entendem é que não nascemos racionais, mas nos tornamos racionais na medida em que evoluímos. Todas nossas ações antes do termino da formação psicoemocional são baseadas no instinto.
    A criança de quatro anos, não entende que uma conversa pode resolver a desavença, parece que a conversa não faz sentido para ela, como também não faz sentido para o leão (todos os animais têm seus meios de se comunicarem).
    Portanto ambos têm a mesma reação, deixando claro que existe uma lacuna entre inicio e final da briga. Em ambos os casos, os indivíduos pulam essa lacuna que existe, deixam evidente a falta de racionalidade no momento, já que o ser humano alcança sua racionalidade a partir dos sete ou oito anos de idade, diferente do leão que nunca alcançará tal status. Ele pode ser treinado para não atacar, mas nunca conseguira isso de maneira automática ou independente.
     Através dessas observações podemos chegar ao que chamo de agitação psicológica, onde a atividade cerebral da criança aumenta de tal maneira que a mesma já não consegue ter certo controle de determinadas ações que no decorrer do tempo ela poderá ter esse controle quase absoluto.
     Como baixar essa atividade neural, a ponto da criança não morder os colegas como um animal?

     Cheguei a uma resposta dentro do contexto pesquisado.
    
      Em uma das salas observadas, tinha o caso de um aluno que se comportava da maneira relatada anteriormente, mordendo alguns colegas, a ponto de deixar lesões, não de natureza importante, mas considerável.
       Após submeter toda a sala a música de Mozart, percebi que a agitação de boa parte da sala havia tido uma queda significativa. E o aluno em que eu dei maior foco, passou algum tempo sem morder ninguém, mais precisamente por um tempo de 30 a 45 minutos.
       Os testes para analisar a inteligência foram efetuados e os resultados foram mais animadores que na outra observação.
       Isso mostrou de maneira momentânea, que a melodia clássica nos teste, tinha mais efeitos no Q.E (Quociente Emocional) do que no Q.I (Quociente de Inteligência).
      Esse resultado mostrou um avanço significativo nas observações, pelo menos no meu ponto de vista. Respondeu-me algumas perguntas, mas me deixou uma dúvida maior:


    * O Efeito Mozart age de maneira diferente dependendo do individuo? E se isso for verdade, o efeito pode ser no Q.E e não no Q.I como pensado anteriormente?


Ao continuar a pesquisa com os mesmos alunos, observei que quase a totalidade da sala não tinha sofrido o efeito esperado.

 Ao iniciar uma nova observação, desta vez com indivíduos de zero a dois anos, os resultados foram mais proveitosos.
  Inicio a descrição dando um ponto de vista. Creio que nós seres humanos, partimos do mesmo grau de inteligência, chegando anos mais tarde com o mesmo grau, mas, o conhecimento de um individuo A sobre a Origem do Universo, por exemplo, pode ser maravilhosamente superior que do individuo B, mas este por sua vez pode ter um entendimento da sociedade que compensa de maneira satisfatória a sua ignorância a cerca da Origem do Universo.

  Trabalhando com bebês, não poderia submeter os mesmos a testes de Q.Idevido vários fatores que me impediam, logo trabalhei em cima do Q.E.
  A agitação decorrente dessa faixa etária de idade é de conhecimento da maioria. Essa agitação ou irritamento é proveniente de vários fatores como, por exemplo: sono, fome, cólicas, nascimento da dentição primaria, etc. Mas o que quase todo mundo esquece é que os bebês são seres humanos, logo sujeitos a qualquer coisa como nos, ou seja, os bebês estão sujeitos a um mal que atormenta boa parte da população mundial, o estresse. Isso mesmo, os pequeninos ficam estressados.

  Partindo desse pressuposto, a área “8” do cérebro tem uma função muito especifica, pois ela é responsável e controla as emoções e o comportamento. Essa área se localiza, literalmente na testa, no Lobo Frontal do cérebro. Também no Lobo Frontal se localiza a área “2” responsável pelos Movimentos Coordenados.

  Creio que você já observou que uma pessoa estressada, tem certos comportamentos, fazendo um silogismo, temos;


 Estresse > afeta > Emoção/Comportamento > Localiza-se Lobo Frontal > Quem está Estressa > Dificuldade de Movimentos Coordenados > Localiza-se Lobo Frontal.

Portanto:

 Estresse + Emoção = menos movimentos coordenados ou dificuldade de exercê-los


 Fui para a observação tendo em mente que a emoção é afetada pelo estresse, com isso tenho dificuldades para efetuar alguns movimentos, ou seja, o Lobo Frontal responsável pelas emoções, comportamento e movimentos é afetada pelo nervosismo quase em sua totalidade, tanto em adultos, como em adolescentes, pré-adolescentes, crianças e bebês.

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