As Brincadeiras simbólicas ou jogos de faz-de-conta para crianças acima de 3 anos

A partir dos três anos, estes jogos além de um desejo, são uma necessidade para a criança, que dever ser respeitada e aceitada pelo adulto.
  Mas ai devem estar pensando: jogar,brincar é uma necessidade? Sim, é uma EXTREMA necessidade. Tanto é assim que entre atividades na sala, ou durante o recreio, de modo espontâneo, elas se agrupam e organizam as casinhanhas,mercados,oficinas,navios piratas,naves etc.
  No entanto, fora do horário do recreio, é preciso que o adulto garanta a criança um momento exclusivo para realização de jogos simbólicos. Principalmente dos três aos seis anos. Esses momentos devem ser vivido diariamente pelas crianças e que o adulto não aproveite estes momentos para ir arrumar armários,ler agendas ou preparar materiais para outras atividades, mas que fique junto delas, ajudando, observando etc, podendo interagir com as crianças. Na maioria das vezes é a criança que chama o adulto para fazer parte do universo dela.
  É importante que durante as brincadeiras, o adulto realize perguntas. Ex: Durante uma brincadeira de casinha, onde só há meninas, o adulto indaga: - " Onde estão os homens desta casa?" E elas respondem: - "Foram trabalhar" - "Nós somos separados." - "Morreram ué!". Com isso o adulto estimula a imaginação das crianças.
  O adulto deve também quebrar alguns conceitos pré formados pela sociedade com intermedio da midia que são carimbados na mente inocente da criança, como por ex: - "Menino não usa maquiagem, só meninas." - "É, menino que usa maquiagem é bicha,viadinho, maricas.
  Diante de todas estas situações, o adulto precisa estar atento e disposto a conversar com as crianças, de modo a intermediar os conflitos e não apresentar um ponto de vista que decidirá pelas crianças, eliminando com esta atitude autoritária o contexto em que eles surgiram, impossibilitando as crianças de argumentarem e reverem seus pontos de vista sobre o litígio em discussão.
  Além do que, quando observamos as crianças nesses jogos, enxergamo-as no seu estado mais puro de esponteneidade. Através de nossas atentas observações e intervenções, podemos ajudá-las  a entender essas pessoas e esse mundo ainda mais e, inclusive, interferir sobre ele para transformá-lo. Por isso o adulto não deve dar as costas a estes momentos.


                              O PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO


  A partir dos três anos, a cabeça das crianças está repleta de informações sobre si e o mundo em geral, acumuladas através das experiências sensório-motor obtidas até esta idade. No entanto as informações estão soltas, não nomeadas. É quando o adulto entra para ajudá-la a organizar estas informações que se encontram bagunçadas mas presente no intelecto da criança.

  Com perguntas e ordens como: Quem é maior, o Daniel ou o Dwone? - Quem está de meia vermelha hoje? - Andréa, pegue dentro da caixa uma coisa que seja quadrada, de papel e amarela.
  Trabalhando nesta perspectiva, estaremos ajudando as crianças a desenvolverem o conceito de classificação que elas já tem, mas repito, que estão bagunçados na cabeça da criança. A partir deste entendimento, poderão dar continuidade ao processo de aquisição e elaboração de inúmeros outros atributos e relações, ao longo de sua trajetória na instituição e na vida, fora dela.
  O conceito de seriação também deve ser explorado: - "Edivânia arrume os seus amigos de tal modo que você comece com o que for menor e termine com o maior deles". - "Júlia, organize estas garrafas com água colorida, começando da mais clara e indo até a mais escura" . E assim por diante. Gradativamente, assim, as crianças vão construindo o conceito de número, podendo trabalhar com a representação.
  Espontaneamente, por volta dos três anos de idade, a criança começa a contar coisas, daquele jeito decorado ou desconexo, inventando sequências, sem entenderem direito o significado daquilo que estão dizendo. Cabe ao adulto conversar com elas, questionando para que serve os números, onde eles estão no dia a dia da vida das pessoas, perguntar se elas acham que os números sempre existiram ou se foram inventados por alguém. Quando foi isso? Em que lugar? Que forma eles tinham? etc.
  A linguagem utilizada para interagir com a criança deve ser a linguagem coloquial ou situações absolutamente formais, intencionalmente, o adulto deve inquirir as crianças sobre as quantidades, as diferenças entre os desenhos, as letras e os numeros, a relação entre as quantidades e as grafias dos números etc.
  Os jogos de mesa e de quadra não devem ser esquecidos na rotina das crianças: dominós ( de cor, de formas, de contrários, de figuras, de quantidades, etc...), quebra-cabeça, memória, boliche, trilha, jogo da velha, dama, loto ou ludo, que podem tanto ser comprados como confeccionados pelas crianças e adultos, a partir dos temas estudados pelos grupos.
  Na quadra, os jogos que possibilitam contagens, como futebol, taco,pular corda, queimada, pega-pega, esconde-esconde, entre tantos outros, vão, ludicamente, envonvendo as crianças neste universo dos números e das quantidades.

Obs: O adulto deve tomar cuidado com o futebol e outros jogos, pois jogos assim incentivam a rivalidade e em alguns casos separa toda a turma em pequenos grupos rivais.

Comentários

  1. oi Jefersson, tentei achar um contato teu e não consegui.
    email/msn alessandrali@live.com

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