Terceira Meditação: Da vida e morte

 Na primeira meditação, busquei entender e demonstrar a existência de Deus.
Na segunda, dissertei sobre a culpa do erro, através de aspectos básicos do existencialismo, citando a possível morte da alma. Afinal, o que é a morte?
A morte não pode ser tratada pelos humanos, apenas como um evento biológico. Um filósofo disse: " As coisas aparecem e desaparecem, somente o ser humano vive e
morre."
Quando um animal "morre", ou seja, desaparece, ele não causa modificações significativas no meio, ao contrario do ser humano. Vida e morte são ações simbólicas, mas tem e fazem sentido.
A morte faz os outros indivíduos a descobrirem a finitude. Quando uma pessoa de
oitenta anos diz: "Eu tive uma vida feliz". Isso não faz sentido, pois no momento da
morte, ela pode ter uma atitude que manche toda a sua vida julgada por ele feliz, ou
vice-versa. Por isso proponho juntamente com outros pensadores, que apenas após a
morte podemos afirmar categoricamente se o individuo foi feliz ou infeliz. Quem souber morrer bem terá vivido bem.
Se uma pessoa viver por um ou cem anos, sua vida terá sido completa, não importando quanto tempo de vida temos, mas sim o que fizemos com nossas vidas. Há pessoas que viveram pouco mas viveram muito.
A palavra que melhor sintetiza a morte é a solidão. Quando eu morrer, eu vou
sozinho, e os vivos ficam sozinhos sem a minha companhia.
Se morrer é estar sozinho, viver é estar com os outros. Os vivos vivem entrelaçados,
um entrelaçamento automático. É humanamente impossível viver sem ter elos com
outros indivíduos e me refiro aos elos intelectuais e corporais, que podem soar como
uma mesma relação, mas não são. Dissertarei sobre os elos em uma outra ocasião.
O ser humano que vive estes elos vive mais livre que os que vivem uma solidão. Mas
mesmo assim, estes indivíduos que vivem uma "solidão"vivem uma liberdade, mas
esta se encontra reduzida. A falta total de liberdade será alcançada assim que se
alcançar a solidão total, ou seja, após a morte.

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