A oralidade, a música, a literatura infantil a leitura e a escrita.

Por volta dos três anos, a criança já domina um número bem maior de palavras e, por isso, a narrativa das histórias infantis torna-se muito interessante: histórias com enredo simples, direto, que explorem a sonoralidade das palavras são muito EXTREMAMENTE ATRATIVAS para elas. Nessa idade, os enredos que envolvem monstrons e lobos, bruxas e fadas, têm um grande prestígio entre as crianças, podemos dizer  que são como o futebol, apreciado pela maioria.
  A poesia também é muito importante e vai ao encontro de uma linguagem que conhecem bem.
  Os versos curtos, com rima acessível, são rapidamente assimilados  pela crianças, que adoram inventar diálogos rimados, quando se dão conta da existência, da graça e da possibilidade da rima.
  As letras das músicas também devem ser exploradas para além do ritmo e da melodia, buscando as histórias que elas contêm. Essas letras podem ser contadas como histórias, antes de serem apresentadas como músicas. O conteúdo pode ser dramatizado como pode ser transformado em um livro infantil, ilustrado pelas próprias crianças.
 O adulto deve mostrar varios tipos de músicas para a criança, assim estimulando-as corporalmente e intelectualmente .

  Alguns estilos que podem ser trabalhados com a criança:

  * Músicas Infantis
  * Paródias
  * Músicas Clássicas:
     - Mozart ( Efeito Mozart)
     - Beethoven
     - Chopin
     - Villa-Lobos
     - Entre outros
  * MPB ( Música Popular Brasileira)
    - Caetano Veloso
    - Maria Gadu
    - Chico Buarque ( Considerado o poeta da música brasileira)
   - Vinicius de Moraes
   - Entre outros

  No caso da literatura, é bom que se tenha claro que ela precisa recrear, divertir. Por isso é importante atentar para a seleção de livros que serão apresentados ás crianças: devem ser atrativos para despertar o interesse na criança em ouvir a historia, etc.
  Os livros devem ser coloridos, de tamanhos e formatos diferentes, de materiais diversificados, etc.

 Obs: O adulto deve analisar muito bem as histórias para não colocar um comportamento indesejado na criança.

  Quando a criança tem ao seu lado um adulto ATENSIOSO,ORGANIZADO E ENCORAJADOR, tem a possibilidade de se desinibir e começar a reconhecer em si mesma uma contadora de histórias, uma criadora de história. Ainda que ela não saiba escrever, tem o adulto ao seu lado, que escreve para ela. Seja com auxilio de um gravador ou de lápis e papel, o adulto vai registrando a história da criança na medida em que esta a vai inventando. Em seguida, ler a história para a criança ou voltando a fita do gravador - para a criança certificar-se de que sua versão foi registrada com fidelidade. Em outro momento, registrar este texto em folhas que serão ilustradas pelo autor da história, dando origem a um dos inúmeros livros que criança e adulto, em parceria, vão elaborar.
  Estes livros podem ser individuais ou coletivos; de histórias inventadas ou recontadas. O importante é que a criança vá se CONHECENDO , através da parceria com o adulto, como LEITORA E ESCRITORA DO SEU MUNDO; que ela vá se dando conta do sentido e do poder da escrita , desejando assim, aprender mais cedo ou mais tarde, aprender a utilizar essa ferramenta maravilhosa que é a escrita. Nesse processo de criação, os materiais empregados podem ser os mais diversos: folhas, pedrinhas, pequenos pedaços de madeiras, fitas, barbantes, linhas, tintas diversas - industriais ou caseiras-, retalhos de tecidos de estampas, etc.

  A ilustração pode ser mesclada com fotografias, por exemplo. O texto pode ser registrado debaixo de cada foto, mesclando com recortes de livros e jornais.
  No decorrer deste processo de formação da criança enquanto leitora e escritora ( Processo este que não termina nunca), ela irá, por certo, demonstrar interesse e curiosidade sobre a língua escrita.

  Os livros podem registrar através das fotos, passeios realizados pelo grupo a parques, museus, etc...
  Ao se aventurarem a escrever com as próprias mãos as palavras e textos que deseja, deverão contar com o adulto para que tenham problematizadas as suas produções. Sem a intervenção problematizada do adulto, a criança permanecerá apenas com as suas hipóteses, tornando esse processo de construção bastante empobrecedor. Para além do adulto, a criança também contará com a participação dos próprios colegas nesse processo.
  Promovendo estas intervenções, professor e colegas estarão auxiliando a criança para que, ainda nesta instituição ou já estudando na escola de primeiro grau, esteja escrevendo como os adultos escrevem.
  Nesse sentido, todo o trabalho anterior, realizado através da exploração da oralidade, das atividades de expressão, do jogo simbólico, dos jogos com regras, da motricidade global e fina, da leitura e produção de textos de histórias e literatura infantil, devem ser retomados como referência, de modo que as crianças entendam que esse processo de ler e escrever já começou há bastente tempo e não naquele exato momento em que pegaram no lápis para escrever.

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